Taís Mahalem
Postado dia 04/02/2020
11:00

Intercâmbio na França: seguro viagem ou seguro social francês?

Rua de campus de uma universidade francesa

Fazer um intercâmbio na França é uma experiência inesquecível! Mas, antes de embarcar, é preciso planejar com cuidado todos os detalhes da viagem. Uma das coisas a se pensar é a sua saúde: se você ficar doente e precisar de auxílio médico, como proceder? Confira abaixo três opções.

Opção 1: seguro social francês

Todos os estudantes não-europeus têm direito ao seguro social local, tanto portadores do VLS-TS (Visa long séjour valant titre de séjour – Visto de longa duração equivalente a autorização de residência) quanto do VSL-T (Visa long séjour temporaire – Visto de longa duração temporário).

Este seguro permite que os estudantes estrangeiros sejam reembolsados por uma parte das despesas de saúde. Para obter reembolsos maiores, o intercambista pode se inscrever em uma “mutuelle”, como são chamadas as empresas de saúde privada do país.

Um estudante devidamente coberto pelo seguro social francês pode se consultar com um médico na própria universidade em que estuda, ou agendar uma consulta pelo site Doctolib. Todas as universidades francesas contam com um serviço de saúde conhecido como SUMPPS. Algumas consultas são gratuitas, geralmente quando estão relacionadas a contracepção, exames, vacinação, nutrição ou acompanhamento psicológico.

Como obter o seguro social?

Todos os estudantes não-europeus têm direito ao seguro social, mas isso não significa que basta se tornar um estudante para estar coberto. Existem alguns procedimentos burocráticos necessários.

Primeiramente, é obrigatório estar inscrito em um estabelecimento de ensino superior francês e, no caso do VLS-TS, já ter validado o visto em solo francês.

Com isso, será preciso inscrever-se gratuitamente no regime geral de seguro social francês no site dedicado a estudantes estrangeiros. Confira os documentos requeridos:

  • Passaporte. No caso do visto VLS-TS, ele deve ter o visto validado pela OFII;
  • Comprovante de inscrição em um estabelecimento de ensino superior no ano letivo em vigência;
  • Relevé d’identité bancaire (RIB), um documento que contém a identidade do titular de uma conta corrente e seus detalhes bancários, que deve ser obtido diretamente no banco em que o estudante abrir uma conta em solo francês;
  • Cópia da certidão de nascimento ou casamento;
  • Comprovantes de renda.

Depois, é preciso criar uma conta neste site para fazer as solicitações de reembolso e acompanhá-las.

ATENÇÃO!

Como você deve ter notado, os procedimentos para obter o seguro social só podem ser feitos quando o estudante já está em solo francês, e não é permitido entrar no país sem uma cobertura médica mínima de 30 mil euros.

Isso significa que, de qualquer forma, é essencial contratar um seguro viagem para esse período.

Opção 2: seguro viagem

Como já é necessário contratar um seguro viagem para o começo do intercâmbio, pode ser interessante contar com este item durante todo o período, até porque ele funciona de forma muito diferente do seguro social francês.

Em primeiro lugar, o seguro viagem funciona no modelo de assistência, o que significa que, se o viajante precisa de atendimento médico de urgência ou emergência, entrará em contato com a assistência da empresa do seguro, que indicará como proceder a seguir: indo até um determinado hospital ou clínica ou até mesmo sendo atendido em seu próprio alojamento. A diferença crucial deste tipo de procedimento é que o estudante não precisa desembolsar nada: o acerto é feito diretamente entre a empresa e o profissional ou hospital indicado.

Além disso, os seguros viagem contam com produtos desenvolvidos especialmente para viagens de intercâmbio, que oferecem excelentes tarifas por coberturas completas.

Além da cobertura médica, esse tipo de seguro também auxilia em outras situações emergenciais, como extravio de bagagem.

Seguro viagem para a Europa: saiba como funciona

Opção 3: seguro do cartão de crédito

Muita gente prefere optar pelo seguro do cartão de crédito, oferecido gratuitamente por determinados bancos ou empresas. No entanto, embora possa sair mais barato, é muito importante ter atenção ao que está sendo contratado, quais coberturas estarão inclusas e como funcionará o serviço para não ter uma surpresa.

Nem todos os viajantes têm acesso a este produto, já que ele é oferecido para pessoas com determinados status (platinum, gold, black, etc). Pode ser exigido que a passagem ou o pacote de intercâmbio seja adquirido naquele cartão específico para que se possa ativar a cobertura, que muitas vezes não ultrapassa os US$ 100 mil.

Outra diferença é que, enquanto os seguros viagem trabalham com cobertura por evento – ou seja, se o estudante ficar doente dez vezes e contar com uma cobertura de € 30 mil, todas as vezes terá acesso a este valor de cobertura –, enquanto os seguros do cartão oferecem uma cobertura global – ou seja, cada vez que um atendimento médico se faz necessário, o valor gasto é subtraído e a cobertura disponível fica menor.

Também é mais comum que este tipo de seguro funcione no modelo de reembolso, e não de assistência. Por isso, será necessário pagar primeiro, para depois receber o dinheiro de volta, sendo necessário comprovar todos os gastos e realizar todos os procedimentos burocráticos da empresa em questão.

Vale lembrar também que nem todo seguro de cartão de crédito é válido para viagens de intercâmbio, que têm uma duração maior.

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