Taís Mahalem
Postado dia 12/11/2019
11:00

O que é medicina do viajante e por que utilizá-la?

médico checando pulso de um paciente

Planejar uma viagem vai muito além de comprar passagens aéreas, reservar hotéis e programar passeios. É preciso pensar na sua saúde e bem-estar, principal motivo que leva as pessoas a contratarem um seguro viagem.

No entanto, além de contar com esse item tão importante, que garante que o viajante tenha acesso a uma boa rede de médicos e hospitais, também há muitas coisas que se pode fazer para cuidar de própria saúde antes de embarcar para as férias ou intercâmbio.

A primeira dela é verificar se está tudo em dia, fazendo uma consulta de check-up e os exames necessários para viajar sem preocupações.

A segunda é marcar uma consulta com um especialista em medicina de viagem.

O que é medicina do viajante?

Esta é uma especialidade médica relativamente nova no Brasil, voltada especificamente para viajantes. O médico analisa o quadro clínico do paciente e faz recomendações de acordo com o destino da viagem, levando em conta o clima do local, se há focos de doenças contagiosas, qual é a culinária típica, como são as condições de saneamento e os principais costumes locais. Com isso, o paciente pode tomar as vacinas necessárias e receber dicas sobre cuidados com higiene ou remédios indicados para males comuns no local visitado.

Para quem este serviço é recomendado?

A medicina do viajante pode ser procurada por qualquer pessoa com uma viagem marcada, inclusive idosos, gestantes ou pessoas com doenças crônicas. No entanto, é um serviço indicado principalmente para quem pretende fazer viagens longas, como um intercâmbio, por exemplo, ou conhecer lugares exóticos como países asiáticos e africanos, que exigem certos cuidados.

Como ter acesso a uma consulta?

Não é qualquer médico que tem especialidade em medicina do viajante. Por isso, é preciso ir a lugares específicos que realizam atendimentos do tipo, como o Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, o Instituto Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, e o Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília. Existem várias outras clínicas que prestam o serviço, principalmente nas maiores cidades brasileiras. Nos hospitais públicos que oferecem este serviço, a consulta é gratuita.

O que é preciso para ser atendido?

Além de seus documentos pessoais, necessários para qualquer consulta médica, para este tipo de atendimento é essencial ter consigo a carteira de vacinação. Assim será possível verificar quais imunizações já foram realizadas e prescrever as vacinas adequadas.

Para tirar o máximo proveito, é importante agendar a consulta com antecedência de, pelo menos, 30 dias, de forma a ter tempo de tomar as vacinas, adquirir medicamentos ou fazer os tratamentos indicados.

O que o paciente aprende em seu atendimento?

Além de receber orientações quanto às vacinas que deve tomar, os pacientes são informados sobre as condições do destino visitado e como manter a saúde em dia durante a viagem. Entre as dicas mais comuns, estão:

  • Manter-se sempre hidratado;
  • Lavar bem as mãos com água e sabão antes de se alimentar, após o uso do banheiro ou de visitas a locais com grande circulação de pessoas;
  • Ter álcool em gel na mochila;
  • Evitar beber água da torneira ou de fontes desconhecidas, priorizando a água mineral e bebidas industrializadas;
  • Certificar-se que os alimentos estejam bem cozidos, assados ou fritos, evitando comidas cruas;
  • Quando for experimentar alimentos exóticos ou temperos a que seu corpo não está acostumado, comer moderadamente;
  • Não ingerir alimentos de procedência duvidosa, incluindo aqueles vendidos por ambulantes ou frutas sem casca;
  • Não ficar muito tempo exposto ao sol e sempre utilizar protetor solar;
  • Em locais com muitos insetos, usar repelente e reaplicá-lo conforme orientação do fabricante;
  • Passar o repelente somente após aplicar o protetor solar;
  • Evitar contato com mosquitos e animais sem dono;
  • Não entrar em lagos ou praias que tenham sinalização de perigo;
  • Levar medicamentos de uso contínuo e outros que você esteja acostumado a tomar, já que pode ser difícil consegui-los no destino;
  • Em caso de qualquer sintoma ou mal-estar, buscar atendimento médico o mais rápido possível.

Além desses cuidados, o médico deve indicar os principais remédios para serem levados na bagagem, como analgésicos e antitérmicos, e as situações em que devem ser utilizados.

Doenças que a medicina do viajante ajuda a prevenir

Há algumas doenças que se tornaram verdadeiras epidemias ao redor do mundo, e sobre as quais se tem pouca informação no Brasil, principalmente por não estarem presentes no país. É o caso de:

  • Malária, cujas principais ferramentas de prevenção são repelentes e medicamentos preventivos receitados por médicos;
  • Febre amarela, que pode ser prevenida com a vacina e evitando o contato com mosquitos. Alguns países podem exigir o certificado de vacinação para entrada dos turistas;
  • Febre tifoide, que exige cuidados com os alimentos e a água ingerida. Existe uma vacina que pode ser indicada;
  • Hepatite A, que pode ser prevenida com vacina, além de outros cuidados com alimentos e água;
  • Hepatite B, que também pode ser prevenida com vacina, além da prática de sexo seguro.

Aproveite a consulta para tirar todas as dúvidas que possa ter, e confira também o site da Anvisa, que conta com diversas orientações úteis.

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